REVISTA DO OTA
Em novembro de 1993, durante a II Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro, foi lançada finalmente a Revista do Ota, sob o selo da Otacomix.
Neste número de estréia, que também foi o único, havia duas aventuras do Ota (Ota na Bienal HQ e Hypnotizol) e uma aventura da Preta do Leite, Ritual Xatânico, além de uma retrospectiva de Os Birutas na seção Museu Ota e algumas tiras de Pancho Vivanco.
Além dessas histórias todas feitas pelo Ota, as páginas finais apresentavam um convidado especial, Paulo Emmanuel.
Em 1994, a Revista do Ota ganhou o prêmio HQ Mix de Melhor Revista Independente de 1993.
A Otacomix foi uma editora independente criada pelo Ota, que simultaneamente lançou também a revista Cerol e, no ano seguinte, lançaria ainda mais duas: Spektro e Hotel do Terror. Nenhuma das revistas passou do número 1. A Otacomix teve problemas de distribuição e as revistas foram vendidas apenas em gibiterias e pouquíssimas bancas. Depois disso, a Otacomix tornou-se exclusivamente uma produtora de quadrinhos para outras editoras.
COMENTÁRIOS DO OTA SOBRE ESTA REVISTA:"Criei a Otacomix pra fazer as revistas que eu quisesse, sem depender da aprovação de editoras. O mercado de gibiterias estava se aquecendo na época e eu achei que dava pra lançar revistas no esquema das editoras independentes norte-americanas. Além da Revista do Ota, estavam programadas também a Cerol, Spektro e Hotel do Terror. Passei o ano todo de 1993 preparando as histórias e contactando os outros desenhistas e vendo orçamentos de gráficas e tudo. Achei que lançando vários títulos ia otimizar a produção, imprimindo várias capas de uma vez, etc.
Na teoria o plano funcionava muito bem, mas na prática foi um fracasso. Consegui imprimir as revistas barato, mas dava muita mão de obra. Descobri que fazer a revista era a coisa mais fácil, a produção gráfica e a distribuição é que tomavam tempo. Para criar a revista do Ota levei mais ou menos um mês, mais outo tanto pra imprimir e depois a distribuição foi um pesadelo. Imprimi 3 mil exemplares.
No lançamento na Bienal de Quadrinhos vendi umas 80 e fiquei animado. Depois pra colocar o resto na rua é que o bicho pegou. Deixei numa distribuidora pequena e vendeu pouco, além de boa parte do encalhe voltar estragado. Havia poucas gibiterias e nem todas colocavam as revistas em destaque. Tentei outros pontos alternativos como livrarias de cinemas de arte e outras coisas, mas o que vendia nesses pontos nào compensava o esforço de ir deixar as revistas lá e voltar pra pegar 5 ou dez milréis depois. Só de táxi eu gastava muito mais. Aí contratei um cara pra distribuir as revistas em todas as bancas quando saiu o segundo lote de revistas, no ano seguinte. Só que o cara sumiu com a grana, dizendo que foi assaltado na hora que ia me levar o dinheiro. Na verdade, acho que ele cheirou tudo.
Aí fiquei puto e desisti, e passei a produzir revistas para outras editoras, como a Mad para a Record e a Coleção Assombração para a Ediouro.
A Revista do Ota ainda vai voltar, mas de outra forma. Vou fazer tudo eletrônico: gravar disquetes ou CDs à medida que os pedidos forem chegando e deixar o material na Internet pra quem quiser baixar de graça.
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